quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Porque é tão difícil entendermos os outros se somos todos tão parecidos?

Quem nunca parou pra olhar uma pessoa andando diferente na rua?

Quem nunca parou olhar uma formiga carregando uma folha?

Quem nunca observou as estrelas?

Quem nunca se apaixonou por um alguém impossível?

Quem nunca se encantou pela luz da lua?

Quem nunca fracassou em um projeto?

Quem nunca tomou um banho de chuva?

Quem nunca teve vontade de se atirar na frente do primeiro carro?

Quem nunca se atrasou para um compromisso? Falou algo em um momento inoportuno?Foi insensível em alguma situação?

Quem nunca sofreu pelos outros? Deixou de lado prioridades?

Todos já passamos por situações muito parecidas em nossas vidas e em muitos momentos não conseguimos compreender diversas situações, formas de agir de outras pessoas, sendo que já agimos ou estamos fadados a agir algum dia da mesma maneira.

Não falo de maus hábitos ou irregularidades, falo de situações corriqueiras, do dia-a-dia que muitas vezes podem ser mal interpretadas e levadas às últimas conseqüências.

Nos falta, muitas vezes, a sensibilidade de reconhecer a essência que nos constitui, as imperfeições que nos compõe. Somos seres incompletos, imperfeitos e muito parecidos.

O olhar direcionado e a escuta atenta podem nos ser fortes aliados na busca de uma harmonia nas relações.

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E então, buscando um outro foco: Porque existe tanta desigualdade se somos todos tão parecidos, tão iguais?

Porque teimamos em nos conformar com essa grande desigualdade que nos é imposta?

A mesma escuta atenta e o olhar direcionado que citei acima, são meus aliados nesta reflexão.

Porque teimamos em desconsiderar as diferenças, sendo que elas existem? Fui contraditória sim, mas explico: a diferença é essencial sim, ela existe, ela é o que dá forma e movimento nas relações, porém as desigualdades são construções históricas, frutos de uma carga de injustiças e descasos que ao longo do tempo foram se constituindo e são elas as quais abomino. Será que não podemos usar de nossas diferenças para ajudar a reconstruir esta realidade que nos é apresentada de maneira tão cinzenta e sedenta de mudanças?

Agora eu questiono:

Quem nunca saiu de casa e viu uma criança no sinal pedindo esmola?

Quem nunca foi abordado por um engraxate oferecendo seu trabalho?

Quem nunca se deparou com um mendigo dormindo embaixo de uma marquise?

Quem nunca se sentiu constrangido com uma situação de violência ou descaso?

A diferença está aqui:

Quem já pensou no que pode fazer para ajudar a mudar esta realidade?

Quem já fez algum dia, por menor que seja, a sua parte?

Quem já se deu conta que é responsável por tudo isso que vem acontecendo e se reforçando a cada dia?

A tomada de consciência de que cada um deve assumir seu papel na sociedade é um primeiro passo para uma pequena mudança. Eu desejo fazer minha parte, eu quero ser parte dessa mudança.

6 comentários:

nuNone! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nuNone! disse...

Veritas!
A desigualdade - e infelizmente o descaso - batem todas as manhãs nas nossas portas. Talvez estejamos pagando pelos outros que não fazem nada. Mas quem somos nós? será que fazemos tudo que deveríamos fazer? ...


... e a desigualdade bate novamente!


beijos! belo texto!

Pietra disse...

adoro quando teus textos me fazem pensar. mas, por um curto período, odeio isso. ;P
te amo.

Pietra disse...

bah. ficou estranho... huashasuhas
eu quis dizer que ás vezes, logo que começo a pensar, odeio pensar.
mas eu sempre penso no que tu escreve, por muuuito tempo.
(mentira, eu nunca penso! usahasuhas)
amo. beijo.

Mary disse...

Clap, Clap, Clap (em pé)
Lindo, prima! Apesar da minha lerdeza hoje, fiquei encantada com tuas palavras (como sempre).
Tenho certeza que tu já começou a fazer tua parte ;)
Te amo!
Beijos

Amanda Dória de Assis disse...

bah, to comentando um ano depois, mas tah, preciso dizer...

Como tu falou, diferença e fundamental. Mas isso só serve pra acentuar mais ainda toda essa guerra silenciosa que há entre as pessoas, cada um se acha o dono da razão e a diferença é conflitante. Isso assusta, pq ninguém é igual. Só unindo as diferenças pra diminuir a desigualdade!

Por enquanto, vamos fazendo nossa parte, de pouco em pouco, quem sabe...