quinta-feira, 8 de setembro de 2011

DISCURSO DE FORMATURA – 27/08/2011

Oradora: Angela Marin Pertile

Primeiramente gostaria de cumprimentar minhas colegas pedagogas e, antes de mais nada, agradecer a confiança e o carinho que tiveram para comigo na hora da escolha da pessoa que representaria esta turma. Antes ainda de iniciar este momento, deixo claro que esta fala, com certeza, não substitui a oportunidade de cada uma fazer o uso deste púlpito, para manifestar seus mais intensos sentimentos que com certeza emergem neste momento. Uma pena que tenhamos perdido este espaço, nesse momento tão especial e único.

Cumprimento, ainda, o Magnífico Senhor Carlos Alexandre Neto, Reitor desta Universidade. Professor Johannes Doll, Diretor da nossa querida Faculdade de Educação. Professora Maria Isabel Dallazen, a Bela, nossa Paraninfa. Professora Clarice Traversini, Professor Luis Armando Gandin e Jorge Rosa Ribeiro, merecidos professores homenageados. E cumprimentando-os, cumprimento todos os professores que fizeram parte destes 4, 5 ou seis anos de graduação. José Francisco Flores, secretário administrativo da Faculdade de Educação e Elza Lopes, nossa funcionária homenageada, pais, familiares, amigos, colegas, BOA NOITE!

A escolha. Os Estudos. Vestibular. Listão. Matrícula. Turma A. E a turma B. O trote. Os primeiros encontros e grupos. As leituras. As rodas de discussão. Chimarrão. O sol da redenção ou o bar da faculdade. Os piqueniques. As festas. Os seminários. Portfólios. Provas. Resenhas. Observações. Práticas. O Movimento Estudantil. As mostras de final de semestre. O estágio. O TCC. Reuniões e escolhas junto com a comissão de formatura. A banca. Esta solenidade.

Palavras, momentos que evocados nos remetem a diferentes e gostosas memórias. O início se deu em 2007, 2006, 2005, não importa. Finalizamos uma etapa, uma importante etapa. Me recordo de um momento da aula do professor Gandin, quando uma colega questionou o sentido de nos FORMARMOS, sua preocupação com o termo e o que ele podia significar: será que buscávamos uma formação, uma forma exata e igual para todas? Por mais que existisse alguém com este intuito, acredito que não foi isso que encontramos.

Durante o curso passamos por diferentes e importantes momentos de impasses. Momentos de questionamentos, descoberta de contradições e, conseqüentemente, escolhas. E estas escolhas fazem com que nos tornemos diferentes pessoas a estarem concluindo esta etapa hoje, formadas? A solenidade e o protocolo nos dizem que sim, mas eu acredito que saímos daqui inacabadas, ainda buscando algumas respostas e arremates, os quais buscaremos pelo resto da vida, e que bom que é assim. Porque esta nossa profissão, esta nossa escolha pela pedagogia, e mais que isso, pela educação, nos exige perspicácia para saber quando e onde mudar, se adaptar. Uma capacidade muito maior do que domínio de turma, conteúdo ou didática, mas a capacidade de estar se adequando a públicos, realidades, e dando o nosso jeito quando necessário. E para isso temos o tempo, e tenho certeza de que estamos preparadas.

E a Pedagogia. A tão questionada Pedagogia. E eu diria, SIM! A Pedagogia, tão consciente escolha. Nos tornamos professoras, educadoras, profissionais da educação. Como nos lembra Comenius, somos pedagogas, intelectuais que pensam e fazem educação, não apenas operadoras e reprodutoras de tarefas. E que responsabilidade, não? Quem na sua vida escolhe uma profissão que carrega um peso tão grande, de responsabilidades e desafios como uma segunda opção? Conscientes da realidade da educação básica e de todos os seus problemas, fizemos nossa escolha e dissemos: Sim! Queremos ser professoras. Sim, seremos educadoras. E abraçamos essa escolha com nossos melhores objetivos. Independente do caminho que cada uma escolher, dos tantos que a pedagogia nos permite vislumbrar, com certeza todas temos um caminho que é comum, a busca de uma educação de qualidade e para todos. E por isso colegas, eu as faço um convite: nos autorizemos a falar de educação, a fazer educação, a construir mudanças e apontar necessidades, façamos com que nossas opiniões sejam ouvidas e sejam decisivas para a produção de políticas que venham dar os rumos à educação. Sejamos construtoras de uma educação que seja integral, que permita aos nossos educandos, sejam eles crianças, jovens ou adultos, a propriedade do saber e das suas tomadas de decisões, pessoas felizes, capazes de questionar e multiplicar saberes.

Se olharmos para esta platéia, veremos tantas pessoas que nos acompanharam nesta caminhada. Que aceitaram nossas ausências, toleraram nossos piores momentos, mas se alegraram em muitas conquistas. São nossas famílias, amigos, amores, colegas e professores. A essas pessoas eu gosto de chamar de pedras e ondas. Todas com as suas particulares importâncias: as pedras, aquelas que nos param no caminho e nos forçam a olhar para trás e enxergar o já trilhado com atenção, reavaliar, rever o ritmo e acertar o passo. As ondas que nos impulsionam a ir em frente e querer mais... A todas elas, com certeza, só temos a agradecer, pelos apoios, pelos investimentos, pela tolerância e pelo carinho e, principalmente, por hoje estarem junto conosco comemorando esta conquista.

Dentro da academia, tivemos mestres que nos ajudaram a seguir adiante. Pessoas que marcaram, com certeza, os diferentes momentos de nossa caminhada.

Hoje, nossa homenagem se dirige a 5 pessoas especiais:

Professora Maria Isabel, ou carinhosamente: Bela. Se hoje és nossa paraninfa, nossa dinda, não é por qualquer motivo. Não é só seu saber, compartilhado com tanta maestria, bom humor e uma boa dose de exigência, que nos faz escolher-te para nos guiar neste momento. Mas sua passagem em nossa graduação como pessoa, ser humano sincero, simples e com vontade de, além de muito ensinar, aprender. Obrigada por aceitar este convite que, para nós, é uma pequena forma de homenageá-la e agradece-la por tamanha contribuição em nossa formação docente e de vida.

Professora Clarice, com seu furor pedagógico, Professor Gandin, com seus momentos ‘advogado do diabo’, e o genial Professor Jorge, com sua forma de tratar cada uma de suas alunas, com certeza vocês foram fundamentais e marcaram nossa formação. Destacaram-se por serem profissionais que nos permitiram enxergar a educação pelos mais diferentes enfoques, provocando-nos a pensá-la muito além da sala de aula, nos ajudando a reconhecer paradigmas e novas possibilidades. Recebam esta nossa homenagem, com muito carinho e todo o nosso reconhecimento.

Elza. Sua história de dedicação à Faculdade de Educação e crescimento dentro da mesma, com responsabilidades e humildade, nos levou a escolher você para esta homenagem. Mulher, negra, trabalhadora, com tudo que isso implica, és uma vencedora, um exemplo para nós.

E quem assiste a um espetáculo, muitas vezes não consegue perceber toda a trajetória percorrida antes que as cortinas se abram para o acender das luzes e o show começar. Um caminho recheado de escolhas, angústias, discussões, alegrias e até algumas incompreensões. Por isso, gostaria de fazer um agradecimento especial às colegas de comissão de formatura, agradecimento já expresso pela turma em muitos momentos. Só nós sabemos por o que passamos e ainda nos espera enquanto grupo. Mas só nós sabemos também o quanto foram intensos os momentos de tomadas de decisão, sempre na busca do melhor para que este momento se tornasse especial e correspondesse às expectativas de cada colega. Obrigada pelo empenho de cada uma, pela convivência e, pessoalmente, pela amizade e o muito compartilhado nesse tempo. Às colegas formandas, agora formadas, obrigada pela confiança nesta comissão.

Enfim, colegas Pedagogas. Tenho certeza que a partir de hoje, passaremos a sentir saudades de tudo aquilo que contávamos os dias para que terminasse. E para finalizar esta fala, tentarei resgatar as muitas mensagens que eu, e também vocês, tentamos passar hoje através das nossas escolhas musicais:

É PRISCILA, na tentativa de sempre acertar mudamos tudo de lugar por muitas vezes, inventamos muitas frases para dizer.

Pois como tu nos lembraste, LIVIA, somos livres para ser tudo que escolhemos.

Podemos rodar esse mundo sem fronteiras, JU, e não devemos achar nossos sonhos besteiras!

Como mudamos nossas vidas, ALICE!E com certeza todas essas moças estão diferentes, CATHARINA, e não correm da raia a troco de nada, DÉBORA!

Mas sempre lembremos de pisar nesse chão sempre devagarinho, não é CISSA? Lembrando das dívidas que fomos deixando no caminho com amigos, família, e que estão bem vivas, né,CARLA? E vamos deixando a vida nos levar, ANA, na certeza de que no lado de cá sempre teremos com quem contar, LIGIANA, e sem ter a vergonha de sermos sempre felizes ocupando a posição de eternas aprendizes, como a SANDRA nos convidaste.

Sim, AMANDA, que possamos em muitos momentos pegar todas as fotografias e memórias dispersas em nossas mentes, e rememorar tudo de importante que vivemos. Só lembremos e falemos de coisas boas, como nos lembraste a CRIS. Sejamos eternas metamorfoses ambulantes, ANA CRISTINA, com a coragem de sempre mudar.

E que saibamos a quem recorrer, DATI, quando sentirmos que a nossa luta está por acabar, ou quando tentarem cancelar nossos sonhos, ADRIANA. Mesmo quando tudo parece não ter mais sentido, DENISE. E que saibamos também a quem dedicar nossas vitórias, MANUELA.

Aprendamos a voar alto, BRUNA, subamos a ladeira, LAURA, e falemos sempre dos dias felizes, PATRICIA:

Pois quem acredita sempre alcança, GABI! E pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião.

Obrigada.